5 de dez. de 2011

Você deixaria que um professor castigasse fisicamente o seu filho para educá-lo?

Como pais, buscamos sempre a melhor educação para os nossos filhos. Antes de matricularmos nossas crianças em uma escola ou creche, pesquisamos com cuidado a proposta pedagógica que elas adotam, verificamos como os professores tratam e ensinam os seus alunos.

Conferimos como é o ambiente escolar, conversamos com outros pais sobre a opinião que eles têm da escola. Ou seja, só confiamos nossos filhos a uma instituição idônea, que não mal trata as crianças no processo de ensino e aprendizagem.

Com certeza, jamais colocaríamos nossos filhos em uma escola que adote a prática dos castigos físicos e humilhantes, como é o caso da escola do vídeo abaixo.







É difícil assistir esse vídeo até o final, não é mesmo?

Ante as imagens registradas, em especial a expressão de desamparo e desespero das pequenas crianças, deixo aqui algumas questões para vocês, pais e familiares:

  • Você deixaria o seu filho ser educado desta forma?
  • Você aprova o uso de castigos físicos e humilhantes na educação?
  • Então porque você ainda educa seus filhos por meio de castigos físicos e humilhantes?

Preocupamo-nos tanto com a qualidade da educação formal de nossos filhos, será que não é hora de nos preocuparmos também com a qualidade da educação familiar oferecida por nós, pais e responsáveis?


Abaixo algumas reflexões de importantes pensadores

Final do século XVI Montaigne já era um tenaz crítico das práticas violentas na educação das crianças:

“Em vez de convidar as crianças para as letras, na verdade não se mostra a elas mais do que crueldade e horror. Eliminem a violência e a força: nada há, em minha opinião, o que envileça tanto uma natureza bem-nascida. Se desejas que sinta temor pela vergonha e pelo castigo, não lhe habitues a isso” (MONTAIGNE apud, SACRISTÁN, 2005)


“(...) por longos séculos, tem sido aceito o emprego de variadas formas de violência, uma vez que as crianças eram consideradas desprezíveis e propriedades paternas. E até hoje, curiosamente, a família, no âmbito privado, vem permanecendo como detentora legítima do uso da violência física” (ARIÈS, 1978).

“Na cabeça de muitos brasileiros, talvez até na maioria, os pais continuam tendo o poder de vida e morte sobre os seus filhos; crêem que a melhor educação só se consegue com a punição e humilhação; e persiste a idéia de que é necessário a violência física para conter a rebeldia dos jovens e crianças ” (MINAYO e SANCHEZ, 2004).



Vídeo enviado pela psicóloga e mestre em educação Mônica Café, em 22 de novembro de 2011.

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